"Maria de Fátima Ribeiro: Uma Barsa no caminho
Analista do IBGE
Rio - Um dias desses, andando por Santa Teresa, entre o Curvelo e o Bar do Arnaudo, fiquei estupefata: vários (muitos) volumes da Enciclopédia Barsa e da Enciclopédia Conhecer estavam amontoados na calçada, alguns dentro de uma mala mal fechada. No meio do meu caminho tinha uma pilha de livros, tinha uma pilha de livros no meio do meu caminho!
Já deviam estar há algum tempo encostados em algum outro lugar na casa do dono, pois estavam muito sujos. A calçada era pequena, de modo que era preciso desviar da pilha para passar.
O quadro me levou à minha infância: meu pai fez um grande sacrifício para comprar a Enciclopédia Barsa. Lembro-me do vendedor tentando ajustar o número de prestações para chegar a um preço mensal que meu pai pudesse pagar.
Quando chegou o grande embrulho, já havia um espaço aberto na estante com portas de vidro para acomodar aquele oráculo. Eu e minhas irmãs ficamos muito contentes, e a gente lavava a mão antes de pegar, folheava com cuidado para não marcar as páginas. Fiz muitos trabalhos escolares consultando a Barsa. Nas tardes modorrentas de Marechal Hermes, nos anos 60, era frequente eu ficar folheando aleatoriamente as páginas e viajando por um mundo distante, descobrindo coisas.
A Barsa ali, na beirada da calçada, me desassossegou. Que referências tenho eu num mundo que não se constrange em jogar seus livros na calçada? Será que tudo o que está ali não tem mais serventia? E, se algum dia teve, isso não importa mais? Eu estou ficando velha demais? Será que o livro vai acabar mesmo? Tudo acaba e eu não devo me incomodar com o destino das coisas, não é mesmo?
Ai. Isso passa, como eu passei pela pilha de livros e passarei."
http://odia.terra.com.br/portal/conexaoleitor/html/2010/3/maria_de_fatima_ribeiro_uma_barsa_no_caminho_69291.html
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segunda-feira, 15 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
Ponto turístico é ameaçado pelo avanço do mar em Alagoas; casas já foram destruídas
Ponto turístico é ameaçado pelo avanço do mar em Alagoas; casas já foram destruídas
Carlos Madeiro
Especial para o UOL Notícias
Em Maceió
Região costeira do distrito de Barra Nova, na cidade de Marechal Deodoro (região metropolitana de Maceió), é ameaçada pela maré; casas construídas próximas ao mar são danificadas
O município de Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, decretou estado de emergência na sexta-feira (12) por conta da destruição causada pelo avanço da maré. A Defesa Civil Estadual emitiu um laudo apontando danos ao patrimônio e risco de novos incidentes no município.
Segundo o documento, os danos foram provocados "pela maré de sizígia [quando as forças gravitacionais do Sol estão na mesma direção das da Lua], associada à maré meteorológica, que provocaram ondas de até 2,7 metros".
De acordo com a prefeitura, a ressaca do mar no início do mês atingiu e destruiu (total ou parcialmente) pelo menos 50 casas no distrito de Barra Nova. Uma área litorânea de 920 metros foi afetada.
O local atraía milhares de turistas ao famoso passeio por uma pequena ilha, conhecida como prainha, que ficava a pouco mais de 100 metros do continente. Há três anos, o mar avançou e devastou as barracas que existiam no local. De lá para cá, o oceano avançou ainda mais, e a água chegou às casas e estabelecimentos à beira-mar.
Especialistas alertam que a força da maré ameaça também outros destinos turísticos consagrados do Estado, próximos à Barra Nova, a exemplo da Massagueira (maior pólo gastronômico de Alagoas, com mais de 20 restaurantes especializados em frutos do mar). Obras do sítio histórico, no centro de Marechal Deodoro e que ficam à beira-mar, também correm risco.
Cristiano Matheus, prefeito da cidade, informou que, com a assinatura do decreto de emergência, vai a Brasília nesta terça-feira (16) para pedir recursos federais e finalizar a obra de instalação de um dissipador de energia (espécie de muro de concreto para reduzir o impacto das ondas sobre a costa). Ele afirma que, com essa conclusão, pretende evitar uma “catástrofe”. "Foi preciso decretar emergência porque essa foi apenas a primeira ressaca do mar e ainda não foi a mais forte", explicou. As maiores ondas do mês devem acontecer nas tardes dos dias 29 e 30 de março.
O projeto da prefeitura está orçado em R$ 5 milhões e, segundo Matheus, resolverá o problema em definitivo. Como paliativo, a prefeitura já instalou, na semana passada, uma draga para retirar areia do fundo do mar e, assim, minimizar a força das ondas.
Nesta quinta-feira (11), o UOL Notícias visitou a Barra Nova e constatou que muitas casas tiveram os muros e até mesmo partes internas de suas construções destruídas pela força do mar. Por serem casas de veraneio, nenhum proprietário foi encontrado para falar sobre os prejuízos. Mas os moradores do distrito contam que houve muita destruição, e a água vem avançando de forma rápida. "O problema é que o povo construiu em terrenos a 10 metros do mar, e todos sabiam que um dia o criador vinha buscar o que era dele. As casas não deixaram espaço nem para as canoas dos pescadores. Agora veio a resposta", afirmou o pedreiro José Wilton da Silva, 43.
Os moradores explicam que o avanço marítimo vem causando preocupação, além de trazer prejuízos econômicos à comunidade. A proprietária de um mercadinho no local, Eleuza dos Santos, 43, explica que o avanço da maré fez o número de clientes cair. "Caiu demais. As pessoas vinham muito para cá, mas de uns tempo para cá, só temos turistas no verão, e em número bem menor. O pessoal está assustado", lamentou a comerciante, acrescentando que as pessoas que moram próximas ao mar estão assustadas. "Quando a maré é forte, ela avança mais de 100 metros e chega aqui até a esquina".
O pescador Enilson dos Santos, 38, afirma que o mar avança a cada dia. "A maré tem ficado alta como nunca vi aqui na vida. Só quem sabe quando vai parar é a natureza, porque avançou muito", afirmou.
Obra pode aumentar erosão
O oceanógrafo Gabriel Le Campion, da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), explica que a área que compõe a Barra Nova e praias vizinhas do município de Marechal Deodoro é de "instabilidade natural" e jamais deveria receber construções a distâncias menores de que 100 metros do mar.
Para o especialista, a ideia de instalar um dissipador de energia só vai proteger o patrimônio construído e não resolverá o problema costeiro. Pior: o problema poderá ser transferido para outros locais. “Com a obra, essa erosão poderá migrar ou até mesmo aumentar. O ideal seria deixar como está até que fosse feito um estudo detalhado daquela área, a partir daí, definiríamos uma melhor solução. Outras áreas próximas estão ameaçadas também e devem passar pelo mesmo processo”, afirmou Campion.
Segundo ele, o processo erosivo na região foi acelerado por ações do homem. “O que acontece é que ali, por ser uma barra [próximo a dois rios, o Mundaú e o Paraíba], existe uma área de tensão, onde o oceano pode avançar ou recurar sobre a boca do estuário. Nesses últimos anos, houve a diminuição do volume de água desses rios por conta da destruição da mata ciliar. E esses rios levam sedimentos ao oceano. Como eles estão assoreados, o número de sedimentos transportados diminuiu. E quanto menos sedimentos chegam, mais o mar avança para buscar. E a situação ali só não está pior porque ali existe o mangue”, explicou.
Independente de obras de contenção, o oceanógrafo fez um alerta sobre as novas construções à beira-mar que tomam conta da região. “Construir condomínios na beira da praia é algo totalmente absurdo. Quanto mais se tirar sedimentos do mar, que vêm da movimentação de toda a costa litorânea, mais para dentro do continente o mar irá. Temos construções em áreas litorâneas abaixo do nível do mar, o que é muito perigoso”, destacou.
Segundo o secretário de Meio Ambiente de Marechal Deodoro, Erikson Machado de Melo, após a instalação do dissipador, a prefeitura vai dar início a obras de recuperação das matas. “Vamos fazer um estudo para sabermos o que devemos fazer, mas com certeza teremos uma atenção com a recomposição da vegetação. Infelizmente tivemos muitas áreas invadidas irregularmente, e que hoje se tornaram de grande risco. É um problema histórico”, explicou."
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/03/13/ponto-turistico-e-ameacado-pelo-avanco-do-mar-em-alagoas-casas-ja-foram-destruidas.jhtm
quinta-feira, 4 de março de 2010
Iraquianos denunciam aumento de defeitos congênitos em Fallujah
"Iraquianos denunciam aumento de defeitos congênitos em Fallujah
Moradores culpam Exército americano pelos defeitos congênitos
Médicos no Iraque denunciaram um grande aumento no número de crianças com defeitos congênitos em Fallujah, que, há seis anos, foi palco de intensas batalhas entre tropas americanas e insurgentes.
Médicos na cidade responsabilizam as armas usadas pelo Exército americano durante a ação militar pelos defeitos congênitos. Segundo uma pesquisadora, agora a incidência de doenças cardíacas entre os recém-nascidos na região é 13 vezes mais alta do que na Europa.
O Exército americano afirma não estar ciente de nenhum relatório oficial demonstrando o aumento dos defeitos congênitos na área, e que leva “muito a sério” as preocupações com saúde pública das populações civis morando em áreas de combate.
O editor de internacional da BBC John Simpson visitou um novo hospital em Fallujah, financiado pelos Estados Unidos, onde a pediatra Samira al-Ani contou que vê entre dois e três casos de defeitos congênitos por dia, principalmente doenças cardíacas.
Simpson também visitou várias crianças na cidade que sofrem de paralisia, lesão cerebral e viu a fotografia de um bebê que nasceu com três cabeças.
Muitos dos moradores também disseram a ele que as autoridades de Fallujah aconselharam as mulheres a não engravidar.
Médicos e pais acreditam que as armas usadas pelo Exército americano durante as lutas contra os insurgentes em 2004 são a causa do problema
Na ocasião, o uso de fósforo branco nas munições do Exército americano foi amplamente condenado.
‘Epidemia’
A pesquisadora iraquiana Malik Hamdam, baseada na Grã-Bretanha, disse à BBC que os médicos em Fallujah estão testemunhando um "alto número e sem precedentes" de problemas cardíacos, e um aumento no número de problemas no sistema nervoso."
Segundo ela, um médico da cidade comparou o número de defeitos congênitos com os dados anteriores a 2003 - quando ela via um caso a cada dois meses - com a situação de agora, em que ela testemunha casos todos os dias.
Hamdam disse que, com base em dados de janeiro deste ano, o índice de defeitos cardíacos congênitos é de 95 a cada mil nascimentos - 13 vezes maior do que a média europeia.
"Vi fotos de bebês nascidos com um olho no meio da testa, com o nariz na testa", acrescentou ela.
Um porta-voz do Exército americano. Michael Kilpatrick, disse que os EUA levam "muito a sério" as preocupações com a saúde pública.
“Nenhum estudo até agora indicou questões ambientais que teriam resultado em questões específicas de saúde”, disse o diretor de comunicações do sistema militar de saúde americano, Michael Kilpatrick.
No entanto, “artigos que não tenham explodido, incluindo bombas caseiras, são um risco conhecido”, disse ele."
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/03/100302_fallujahcriancas_ba.shtml
O fósforo branco, salvo melhor juízo, não tem efeitos contudentes e imediatos como estes. Mas o urânio empobrecido que foi usado largamente na Guerra do Iraque, este sim, tem efeitos muito semelhantes a de explosões nucleares de armamentos de fissão nuclear.
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